Nesse texto somos provocados a
discutir sobre o tema Computação como Ferramenta de Ensino e o pensar computacional,
tendo como aporte teórico os pensamentos de autores como Nunes, Blikstein, Freire.
O computador pode ser utilizado como recurso
auxiliador tanto para o estudante que pode ter maior autonomia no seu
aprendizado, tendo assim a liberdade de ir além do que está sendo exposto em
sala de aula, como também, para o professor, pois amplia as ferramentas que
podem usar como metodologia de ensino.
Sendo assim, a computação quando
vista como uma ferramenta de múltiplas funções que beneficiam o ensino
aprendizado, traz riquíssimas mudanças no interesse demonstrado pelos alunos nas
aulas. Contudo é valido lembrar as barreiras existentes para que de fato a
computação seja vista e utilizada como ferramenta de ensino. Dentre elas
pode-se destacar: Falta de infraestrutura das escolas,carência de profissionais
capacitados e ou preparados,resistência de escolas e professores de
adaptarem-se ao novo, entre outras.
Outrossim, quando se fala em pensar
computacionalmente, é importante lembrar a diferença entre Ensinar Computação e
ensinar Informática,esses duas nomenclaturas se diferem em suas particularidades.
Ensinar Computação não é o mesmo que ensinar
Informática. O ensino de aplicativos como Word, Excel e navegadores não cabe na
educação básica, pois equivaleria a ensinar a usar calculadoras e não a
calcular, no ensino da Matemática (NUNES, 2008 p.3). Assim Computação, como
ciência, “pode ser considerada nova ou uma das mais antigas do mundo,
dependendo do ponto de vista” (NUNES, 2010). Dessa maneira, pode-se definir
como pensamento computacional “saber usar o computador como um instrumento de
aumento do poder cognitivo e operacional humano” (BLIKSTEIN, 2008).
Portanto, é possível afirmar que se
pode desenvolver a habilidade do pensamento computacional, sem necessariamente fazer
uso de computadores (computação
desplugada), mas sim o desenvolvimento de habilidades que tornem o aluno capaz
de “pensar computacionalmente”, identificando as tarefas cognitivas que podem
ser realizadas de forma mais rápida e eficiente por um computador (BLIKSTEIN,
2008). Decorrente dessa habilidade desenvolvida, o aluno também será capaz de
programar o computador para realizar tarefas, ou seja, transferir para a
máquina aquilo que não é essencialmente humano. Dessa forma, torna-se possível
a libertação autêntica que Freire (1987) aborda em sua obra Pedagogia do
Oprimido, onde existirá a “ação e a reflexão dos homens sobre o mundo, para
transformá-lo” (FREIRE, 1987, p. 67).
Dentro desse contexto a computação
pode ser vista como uma ferramenta de ensino que abre leques de outras opções
que vem a somar para uma educação mais dinâmica e que provoque no aluno a
construção de competências essências para sua vida profissional e pessoal, mas
para que isso aconteça é necessária uma inovação no fazer pedagógico e
educacional, pois hoje ainda se ver uma rejeição muito grande ao uso das
tecnologias na escola.
Seguindo essa linha de pensamento,é
visível a confusão existente entre a computação e a informática,
principalmente, quando se esta em sala de aula, muitas são as pessoas que não
sabem ao menos que existe diferença entre uma coisa e outra,ficando aparente o
desconhecimento por parte de muitos em relação ao Curso superior de
Licenciatura Em Ciências da Computação, alguns acreditam ser profissionais da
parte técnica ou professores de informática básica.
Sendo assim, podemos concluir que o
pensar computacional está ligado mais ao poder cognitivo, lógico e operacional
do que dos conhecimentos básicos de um computador, pois como já foi exposto, o
conhecimento computacional pode ser construindo sem necessariamente o uso do
computador,uma vez que, o mais importante é o “pensar computacionalmente” e
essas habilidades são construídas a partir do raciocínio de forma mais rápida e
eficiente construindo habilidades e transferindo para a maquina aquilo que não
é necessariamente humano.
Referências:
Freire, Paulo. (1987) “Pedagogia
do Oprimido”. 17 ed. Rio de Janeiro, RJ: Paz na Terra.
Blikstein,
Paulo. (2008) “O Pensamento
Computacional e a Reinvenção do Computador na
Educação”. Disponível em: < http://bit.ly/1lXlbNn >.
Acesso em:11/05/16.
Nunes, D. J. (2010) “Computação
ou Informática?”. Jornal da Ciência. 30 de março.
Marli Chagas
UFERSA- Licenciatura em Computação 11/05/16